Por Graciele Oliveira e Izabel Lopes
Givaldo Kleber Albuquerque atua no IZP desde que concluí o Curso de Radialismo (em
1989 - turmas pioneira de AL), na antiga ETFAL - Escola Técnica Federal de Alagoas. Seu
primeiro estágio foi na Rádio Educativa FM, na época integrante do ITEAL - Instituto de
Tecnologia Educacional de AL, vinculado à SED - Secretaria Estadual de Educação.
Estreou com o Programa "MITOS DA MPB", produzido e apresentado pelo mesmo.
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Cortesia de Givaldo Kleber |
“Era um programa semanal que relatava a vida e a obra dos grandes nomes da nossa
música, intérpretes e/ou compositores”, explica Givaldo.
De estagiário, Givaldo se tornou funcionário da casa cedido pela SED. No ano seguinte
estreou outro programa semanal: MPB EM FOCO que abria espaço também para
artistas locais.
O programa ficou 16 anos no ar. Anos depois o radialista criou vários outros programas
e atuou como programador musical da programação diária durante seis anos.
Integrante da IZP há 30 anos
Hoje, Givaldo é responsável pela produção de programas, eles são: ALMANAQUE e
APLAUSO (na Educativa FM, reproduzidos também na Difusora AM); RÁDIO SAUDADE
(na Difusora AM) e produz e apresenta ETERNAMENTE JOVEM também na Difusora
AM e é retransmitido pela NOVO HORIZONTE FM de Chã Preta, sua terra natal.
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Cortesia de Givaldo Kleber |
A incerteza da permanência local da sede do IZP e um drama sofrido como morador e profissional atuante na região
Como a sede do IZP - Instituto Zumbi dos Palmares, que abriga as rádios Difusora e
Educativa, se localiza no CEPA, ao lado do Pinheiro, a situação do bairro tem sido alvo
de muita preocupação para os moradores e regiões vizinhas. Incertezas, desmotivação,
famílias saindo de suas moradas sem saber se um dia vai poder voltar. A cultura de
bairro, escolas pode um dia não mais existir. Givaldo, como morador, professor e
radialista tem sentido de perto toda a fatalidade.
“O bairro que moro há onze anos, tem nos preocupado bastante devido à situação de
instabilidade e informações desencontradas sobre o futuro do bairro que tem sido alvo
de tantas falácias nos últimos meses”, diz Givaldo.
Givaldo Também atua como professor no CEPA, no Instituto de Línguas. O CEPA está
no mapa de risco, preocupando alunos e professores das instituições.
“Fico receoso com o que vem acontecendo no bairro, deixando professores,
funcionários e toda a comunidade discente apreensivo. Há alunos que até desistiram
de estudar em algumas unidades escolares do CEPA. A situação é demasiadamente
preocupante, mas até agora, não temos nada de concreto sobre o que realmente está
acontecendo e qual o futuro de todos que convivem com essa situação. Todos estão
sendo prejudicados com isso. Seja psicologicamente ou financeiramente”, afirma
Givaldo.
Trajetória da rádio Difusora
A Rádio Difusora, a pioneira do Estado, tem uma relevante história na radiodifusão
nordestina. Seu alcance vai muito além das fronteiras do Estado de Alagoas.
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Cortesia de Givaldo Kleber |
“Era um sonho trabalhar na pioneira, escola para tantos radialistas e jornalistas. A
emissora já teve vários endereços: Rua Pedro Monteiro, Praça dos Martírios, Av.
Fernandes Lima, Rua Barão José Miguel e agora está sediada dentro do CEPA”,
acrescenta.
Ao longo da sua trajetória, a Difusora foi líder de audiência, promoveu festivais de
música, concursos juninos, eventos carnavalescos e culturais de um modo geral. Hoje
sua programação é bem eclética, mas seu carro-chefe é o futebol.
Os ouvintes de Rádio AM mantêm um vínculo muito forte com a emissora e seus
funcionários. “Recebemos quase diariamente a visita de fãs que nos levam brindes,
presentes, lanches e fazem questão de nos conhecer pessoalmente, e, assim, firmamos
muitas amizades”, declara Givaldo.
Segundo Givaldo Alguns ouvintes não querem que a emissora migre para a faixa das
FMs com receio que a programação e esse convívio venham a ser alterado. “Muitos
fazem questão de participar da nossa programação via telefone”, afirma.
A participação ativa da rádio no caso Pinheiro
A Rádio tem dado cobertura ao que vem acontecendo no bairro do Pinheiro e mantém
seus ouvintes sempre bem informados através dos inúmeros programas jornalísticos
que compõem a grade da emissora que também abre espaço para as autoridades e
integrantes da comunidade para debater sobre a calamidade que vem passando o
bairro.
“Meu sentimento sobre o que está acontecendo no bairro do Pinheiro é de injustiça,
descaso, abandono. As autoridades pouco têm feito pelos moradores. Muitas
promessas, falácias, conjecturas... Mas de concreto: nada! Teremos que abandonar
nossos lares e a sensação é angustiante. Qual será o nosso futuro? Quem garante a
nossa integridade e dos nossos patrimônios? Esperamos que os problemas sejam
resolvidos o mais breve possível e da melhor forma também”, diz Givaldo.