Projetos, desafios, conquistas e dificuldades de três projetos destaques no estado
Por Eurídice Carvalho e Marinês Santos
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Foto: Mara Santos |
A
competição mais conhecida nessa área é a Olimpíada Brasileira de Robótica
(OBR), que na edição de 2016 completou 10 anos de existência, e atraiu cerca de
111.000 mil participantes, com mais de 3000 equipes vindas de todo o país.
Outra competição que ganha destaque no mundo
da tecnologia é a Firts Ligo League
(FLL), que é
um programa sem fins lucrativos voltado para jovens com idade entre 9 e 16
anos. Com uma edição anual, e um tema diferente relacionado à ciência e
tecnologia, os estudantes de robótica, devem apresentar projetos, dentro da
temática estabelecida, que ofereçam soluções para a sociedade. Criando assim,
uma competição mundial que estimula a prática da ciência e tecnologia entre os
jovens.
A edição atual
2016/2017, tem o tema Animal Allies (Aliados
animais, em português). As equipes devem apontar problemas de cooperação na
relação entre o homem e o animal e desenvolver uma solução que aprimore ou
facilite esse relacionamento. Além disso, os participantes também devem cumprir
a tradicional prova feita com um robô, onde os comandos e algumas funções devem
ser executados com o máximo possível de perfeição.
Em Alagoas, destacou-se de maneira especial nas competições da FLL, as Unidade Escolares do Sesi / Senai, nas etapas regionais do torneio disputadas em Salvador-BA. Os dois primeiros lugares do Champion Award’ ficaram com as equipes TecMade, de Marechal Deodoro, e Atabótica, de Atalaia, respectivamente. A competição envolveu 28 equipes dos estados da Bahia, Pernambuco, Piauí e Alagoas.
Além das duas escolas do Sesi/ Senai, uma equipe da Escola Estadual Edmilson de Vasconcelos Pontes, a Allego, que também conta com o apoio do Sesi, conseguiu o 1º lugar na categoria inovação do projeto de pesquisa.
Nesta reportagem, vamos conhecer as equipes que se destacaram na edição 2017 da FLL, os componentes, seus projetos e os rumos da robótica dentro da perspectiva alagoana atual.
A foto
acima está espalhada por toda capital alagoana. Os sete estudantes da cidade de
Marechal Deodoro que estudavam robótica numa escola do SESI, fechada por falta
de recursos, em 2016, pois o governo não tinha como manter a unidade
funcionando devido a crise financeira que afetou o país, não imaginavam que em
menos de um ano, teriam suas imagens estampando diversos outdoors e de malas
prontas rumo a Dinamarca.
Matheus Vieira, Fernando Cavalcante,
José Luiz da Costa, Marcos Freire, Maria Samia, Noemy Araújo, ambos com, e Joab
Almeida. Os sete estudantes que integram a equipe TecMade, há um ano, viajam
todas as manhãs de Marechal até o bairro
do Benedito Bentes, em Maceió, onde estudam desde que o professor e atual
instrutor da equipe, Eduardo Monteiro, conseguiu uma parceria com o Sesi para que
os meninos continuassem a se dedicar a robótica, matéria ensinada por ele e na
qual os sete estudantes vinham se destacando.
Fomos recebidas com muita simpatia e
com hora marcada, afinal com uma equipe indo representar o Brasil no exterior,
chama atenção da imprensa e eles dariam outra entrevista em seguida.
Não podemos deixar de observar a
organização do laboratório, a união e desenvoltura dos meninos, que
demonstravam, claramente, cuidado e afeição uns pelos outros.
A TecMade participou da etapa do FLL regional em
Salvador/BA, onde conquistou o 1º lugar. Na etapa nacional se destacou e ficou
com a 3ª colocação, atrás apenas das equipes de Aracaju e São Paulo, esta ficou
com o primeiro lugar no pódio.
Devido à classificação na etapa nacional
os estudantes conseguiram uma vaga para a competição internacional do FLL. Eles
poderiam escolher o destino dentre sete países, e optaram pela Dinamarca,
devido sua história e competência no campo da robótica.
Hydroprotect,
proteção inovadora para cães.
Para participar adequadamente da
etapa mundial, cujo tema é Animal Allies, a TecMade, optou, após muitas
pesquisas, por criar um protetor auricular para cachorro, com o intuito de
proteger o canal auditivo do animal da água, prevenindo assim a otite canina. A
ideia veio após o cachorro de um professor sofrer com a enfermidade e mesmo
eles tendo pesquisado a respeito, não terem encontrado nenhum registro de algo
parecido no mercado.
“Essa doença acontece pelo simples
fato de, na hora do banho, entrar água no ouvido do cão e essa água cria um
ambiente que favorece a proliferação de bactéria e criar uma inflamação, que é
a otite canina”, explicou o estudante José Luiz Costa.
A otite canina é uma doença muito comum nos
cães. É uma inflamação do conduto auditivo que causa uma coceira descontrolada,
no animal. A enfermidade pode ser interna ou externa e iniciar por diversos
fatores: o mais comum é o contato com a água no ouvido do animal, que acontece
normalmente durante o banho.
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Hydroprotect: modelo original do protetor auricular fabricado pela equipe TecMade. (Foto: Mara Santos) |
Uma versão mais moderna e comercial do Hidroprotect está sendo testada pelos estudantes em parceria com o Sesi. O modelo estudado é fabricado com um material mais arrojado, todo em uma cor só, branco, e ainda mais parecido com um megafone utilizado por humanos. Ainda em fase de experimentação, a pretensão da equipe é levar esse produto para o mercado, logo que possível.
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Hydroprotect: Versão líquida do protetor auricular fabricado pela equipe TecMade. (Foto: Mara Santos) |
O preço de custo de fabricação varia de acordo com o tamanho correspondente a cada cachorro. Para um cão de pequeno porte, o valor é de R$ 6,93 (Seis reais e noventa e três centavos); para os de médio porte, tamanho M, o valor de custo é de R$ 11,83 (Onze reais e oitenta e três centavos); e para os grandes, R$ 20,65 (vinte reais e sessenta e cinco centavos).
O
Hidroprotect foi testado em três cachorros de moradores do município de Marechal
Deodoro. Dois da raça Pit, de pequeno porte, e um vira lata, de médio porte.
Todos aceitaram bem o protetor auricular e não ficaram tentando retirá-lo. O
produto foi testado também em cães policiais.
Desde que
foram classificados para a etapa internacional, a TecMade têm treinado
diariamente o cumprimento de comandos com um robô, exigência da competição do
FLL, chamada de parte técnica.
Eles devem preparar uma apresentação, onde
serão simuladas ações cotidianas da relação animal-homem, e que devem ser
executadas de forma perfeita pela máquina. Os estudantes criaram uma relação de
amor com o robô e o batizaram com um nome carinhoso e cheio de significado.
“Devido ao fechamento da nossa
escola em Marechal Deodoro, o nosso antigo professor e ex-técnico Geovânio teve
que ser desligado. Como ele nos ajudou muito e sempre nos acompanhou e nos
sustentou... nada mais justo que colocar o nome pelo qual o chamávamos no robô,
como uma homenagem. Batizamos ele [o robô] de Gegeo” conta saudoso, o estudante
Matheus Vieira.
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A equipe com “Gegeo” na mesa oficial de treinamento. (Foto: Mara Santos) |
Ansiosos,
atenciosos e simpáticos, os integrantes da TecMade embarcaram na última
terça-feira, 23 de maio, rumo a conquista tão sonhada e esperada por eles. A
competição acontecerá entre os dias 25 e 28 de maio, e para apresentação todos
estarão caracterizados de Chaves, lendário personagem de série mexicana.
Após uma hora de conversa, um dos
coordenadores da escola bate na porta do laboratório e diz a Eduardo que há
alguém chamando por ele na portaria. Nos damos conta que é hora de nos
despedir. A “famosa” equipe de robótica alagoana tem mais uma entrevista para
dar, antes de buscar o 16º troféu para completar o espaço em cima do armário.
“Há três meses treinávamos com
equipamentos e material emprestado. Utilizamos por diversas vezes laboratórios
de outras escolas para treinar. Por isso, esse é o troféu mais esperado e
desejado por nós. Mesmo se não o trouxermos, já fomos e estaremos felizes por
termos conseguido ir até a Dinamarca e realizar um sonho. A robótica nos
proporcionou isso e vamos continuar sonhando e nos dedicando ao máximo para realizá-los” declara orgulhoso, o técnico Eduardo
Monteiro.
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Equipe TecMade, rumo a Dinamarca. (Foto: Eurídice Carvalho) |
Atabótica: Shipando Atalaia com robótica
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Equipe Atabótica, completa com os sete integrantes, comemorando a
classificação para o Torneio Internacional de Robótica. (Foto: Arquivo Pessoal) |
Como em uma relação de amor, sete jovens do município de Atalaia, a 48 km da capital alagoana, Maceió, fizeram uma espécie de “shipp” juntando o nome da cidade ao ramo educacional preferido, a robótica, e criaram a Atabótica.
A equipe existe
desde 2015, mas atualmente apenas quatro alunos compõem o grupo. Três
concluíram o ensino médio e por isso tiveram que sair. Todos são estudantes
da Unidade Escolar do Sesi / Senai local.
Encontramos o quarteto no intervalo entre uma aula e outra. Tímidos e aparentemente calados, eles nos levaram até o laboratório de robótica da escola.
Mayara Elias, Lorena Matos, Elaine Bráz, e o único menino e mais antigo integrante da equipe, Diego Ambrósio, logo começaram a arrumar as peças do local, que se espalhavam por toda a parte.
Como todos os grupos, eles iniciaram participando da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e depois na Fisrt Lego League (FLL).
Para a edição deste ano, com o tema Animal Allies, a Atabótica desenvolveu um projeto, voltado para os equinos, buscando um meio de amenizar os efeitos de uma doença fatal, que pode levar cavalos a morte.
“Como nosso animal aliado escolhido foi o cavalo, nós pensamos em problemas que eles passam e que a gente pudesse ajudar. Descobrimos uma doença que acontece no casco do cavalo, chamada de laminite e fomos buscar uma solução para o problema”, conta a estudante Lorena Matos.
A laminite, também conhecida como “aguamento”, é uma inflamação aguda ou crônica que atinge o sistema locomotor dos equinos, e tem como consequência a claudicação ou deformação permanente do casco. A doença é causada principalmente alimentação excessivamente rica em hidratos de carbono (grãos) e pobre em fibras. Também pode estar relacionada a fatores genéticos, idade, falta de exercício, umidade ou acúmulo de toxinas no sangue.
Lorena explica que a falange localizada na pata do cavalo se desprende e começa a perfurar o casco. No estágio mais avançado da doença, o casco se solta, impedindo o cavalo de se locomover. Com isso, para os criadores eles perdem a utilidade e têm que ser sacrificado.
A Atabótica, pensando no grave problema da laminite nos equinos, resolveu focar os estudos para criar algo que ajudasse a resolver ou amenizar as causas da doença, fazendo com que o cavalo não perdesse a utilidade para os seus criadores por não andar e, por conseguinte, também evitar o abate.
O professor de engenharia de produção e um dos orientadores da equipe, Gildenor Leite, contou que inicialmente a ideia do grupo era criar uma prótese adequada para substituir o casco. No entanto, após pesquisas, eles perceberam que os cavalos amputados e que possuíam prótese, não se adaptavam com facilidade ao equipamento e muitos apresentavam um quadro de forte depressão ao longo do tempo.
A equipe decidiu então optar pela construção de uma órtese, que ao contrário da prótese o membro não precisa ser amputado, mas ela age como uma correção, que supri a necessidade de locomoção do animal sem que a parte afetada pela doença precise ser retirada. A órtese criada pela turma tem a função de fazer com que o casco não se desprenda do osso, ela segura o casco na pata.
Na edição 2015/2016 da FLL eles desenvolveram uma cerâmica a base de fibra de vidro, material que seria descartado. Devido ao fácil acesso à fibra de vidro e, também, a resistência e qualidade oferecida, o grupo decidiu fabricar a órtese com o mesmo material.
Eles criaram um molde e fizeram o primeiro protótipo, misturando a matéria prima, com resina. Obtiveram um material bem resistente, que poderia suportar o peso do cavalo e se adaptaria aos seus movimentos. No entanto com o primeiro protótipo eles perceberam que o formato pensado para a órtese, após testes, dificultava os movimentos do animal, pois era rígido e imitava uma bota, impedindo assim o movimento da pata. Os estudantes resolveram se dedicar até encontrar um modelo de órtese adequada e que permitisse ao cavalo total liberdade de movimentos, enfim depois de realizados outros testes chegaram ao protótipo final, batizado de Ortofibra.
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A órtese é
fabricada em quatro etapas, primeiramente é tirado um molde da pata do animal,
para isso, a equipe utilizou o gesso. Depois é feito o molde de madeira da
pisada do cavalo. O terceiro passo é revestir os dois moldes, previamente
unidos, com o material fabricado por eles (basicamente, fibra de vidro e
resina), e finalmente após a secagem a órtese está pronta.
Como é feita com um material relativamente barato, a órtese segundo a equipe fabricante, custaria para a venda um valor de R$ 59,50 (cinquenta e nove reais e cinquenta centavos) a unidade, já com os acréscimos da margem de lucro das despesas fixas.
Foram realizados testes práticos com um cavalo, de um dos técnicos, o professor de física André Albuquerque, que não andava devido à laminte em estado avançado e após três dias utilizando a órtese, já andava e apresentava uma boa perspectiva de melhora. Além disso, eles também realizaram testes em um cavalo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Campus de Viçosa, através de uma parceria com o curso de medicina veterinária, onde eles perceberam que o produto realmente funcionava.
A Ortofibra foi apresentada pela equipe na edição da FLL 2016/2017, que acontece em três níveis, regional, nacional e mundial. Na etapa regional a Atabótica ficou em segundo lugar, se classificando para a nacional, onde conseguiu a primeira colocação, na categoria inspiração, e conquistou a vaga para participar do mundial, no Torneio Internacional de Robótica, no Reino Unido. Mas, apesar de classificada a equipe foi forçada a desistir da competição por falta de recursos financeiros.
A Atabótica possui sete troféus referentes à, dois nacionais, dois regionais, uma olimpíada do conhecimento e dois torneios internos. “Foram apenas duas temporadas que competimos [Trash Trak e Animal Allies]. A Animal Allies sem dúvida foi a mais intensa, pois conseguimos nos superar nos três pilares do torneio. Nessa temporada vencemos nossos medos, limites e vencemos até a falta de tempo”, ressalta o professor de física, e técnico da equipe André Albuquerque.
A instituição Sesi/Senai não disponibilizava de recursos para enviar mais de uma equipe para torneios fora do país. E usou como critério de escolha a equipe que ficou em primeiro lugar na etapa nacional, na pontuação geral, fato que deixou os estudantes da Atabótica frustrados e que sem investimento viram-se obrigados a parar o projeto.
Para Diego Ambrósio, foi uma decepção não poder ir à etapa mundial, “Foi angustiante, porque a gente tinha conseguido a vaga para o torneio nacional e já perto de começar os treinos, recebemos a notícia de que não poderíamos participar por causa do custo”, desabafa o estudante.
Os quatro integrantes da equipe Atabótica também tiveram que parar com a produção da órtese, que apesar de ter sido criada para a competição, poderia, caso tivesse interesse de um investidor, ter sucesso na fabricação e comercialização do produto devido a sua utilidade e funcionalidade.
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Instrutor e técnico em robótica, Hyago Henrique e os integrantes da
formação atual da Atabótica: Diego Ambrósio, Mayara Elias, Elaine Bráz e Lorena Matos. (Foto: Eurídice Carvalho) |
“Foi muito doloroso saber que deixaremos de competir na
etapa internacional, pois lutamos o quanto podíamos para conseguir a
classificação. Mas aí vem em nossa mente o valor que diz: O que descobrimos é
mais importante do que o que ganhamos. Essa temporada
nos trouxe muita aprendizagem, muita diversão e amizades que jamais
esqueceremos... O FLL nos tornou maduros para entender o motivo pelo
qual não iremos ao mundial... está sendo duro abrir mão desse sonho que tanto
suamos para conseguir, mas temos que aceitar!”, finaliza André
Albuquerque.
Robótica para
alunos de escola pública
Um bom exemplo da robótica no ensino
fundamental é o grupo de 14 alunos do 9° ano da Escola Estadual Edmilson Ponte,
o antigo Lyceu Alagoano, que toda quarta-feira, no horário da tarde tem um
encontro marcado com o professor de engenharia da computação, da Universidade
Federal de Alagoas (Ufal), Leonardo Viana. Os encontros acontecem em um
laboratório improvisado no bloco de matemática.
Com aproximadamente três anos de
existência, o projeto coordenado por Viana cria uma ponte entre escola e
universidade, incentivando o estudo da matemática, através da programação e
montagem dos robôs, além de ensinar aos meninos a importância do trabalho em
equipe.
A Tuma tem aulas de introdução à
lógica de programação. Inicialmente eles não disponibilizavam de nenhuma
estrutura, como robôs nem computadores. Atualmente eles utilizam a estrutura da
sala, com computadores para todos e quatro robôs.
Anualmente os estudantes são
selecionados através de um processo seletivo, realizado com os alunos do 9° ano
da escola, que consiste na aplicação de um prova. Na ultima seleção, dos 30
alunos que fizeram a prova 14 alunos foram selecionados.
A escola disponibiliza o transporte
para a Ufal, e eles são sempre acompanhados por um professor. Função que é
revezada entre o professor de química Midytrius Ferreira e o de matemática
Fernando Batista.
O professor escolheu como ferramenta
de ensino a Khan Academy, que é a
maior plataforma mundial no ensino de matemática. Disponibiliza videoaulas e
mais de 300 mil exercícios gratuitos e de fácil acesso.
A
plataforma possui ainda uma ferramenta que possibilita que o professor possa
acompanhar o desempenho dos alunos, identificar as dificuldades e verificar se
eles estão fazendo as atividades corretamente. Cada exercício tem uma
pontuação, e conforme os alunos vão respondendo corretamente a pontuação vai
aumentando, e permitindo, como em um jogo vídeo
game que eles avancem para um nível mais elevado.
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A turma formada por 12 meninos e
duas meninas, está se preparando para a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR).
Com um prazo apertado para as inscrições, o professor Leonardo incentiva os
estudantes a se inscreverem. Para ele
cada conquista dos alunos instiga os colegas, aumentando o interesse dos outros
meninos pela robótica.
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Durante nossa visita ao laboratório,
acompanhamos um dos exercícios propostos para o dia. Os alunos receberam o
desafio de colocar os robôs para andar fazendo um quadrado. Para isso, eles
tiveram que calcular o perímetro que a máquina teria que andar antes de
colocá-la para executar o movimento. Uma volta em um ângulo de 90 graus, valor
que multiplicado por quatro, faria o robô percorrer o trajeto do quadrado
estipulado pelo professor.
A robótica educacional em Alagoas
vem ganhando cada vez mais destaque e reconhecimento. Para o professor
Leonardo, o que fica com os alunos para sempre é o aprendizado. “O conhecimento
de como trabalhar, além do conhecimento lógico, vão acompanhá-los para a vida.
Esses ganhos de ver uma coisa sendo aplicada é o que importa”, explica Viana.
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Inicialmente o projeto recebia o auxilio
financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL), mas
perdeu a bolsa após a nota ter sido um décimo inferior a estipulada pela
instituição. Sem isso, os dois monitores atuais são voluntários, e o professor
Leonardo Viana continua levando adiante o projeto, pelo amor a robótica.
Exatamente às 16h, o transporte
retorna para levar os alunos para casa. O professor se despede de todos os
alunos, lembrando-os que precisam estudar mais, e os acompanha até o carro, já
aguardando o encontro da próxima quarta.
Há diversos grupos que estudam
robótica em Alagoas e governo do estado tem prometido investir no campo ainda
mais. Os três projetos apresentados nesta reportagem, mostram que apesar de
todos os obstáculos como falta de recursos e investimentos, há inovação e
dedicação por parte dos estudantes interessados e envolvidos nos projetos.
Os produtos criados oferecem soluções
para problemas da sociedade. Além da qualidade com que são elaborados e
fabricados, mesmo com recursos e custos baratos. E em todos os torneios e
competições os estudantes alagoanos têm se destacado.
Os rumos da robótica em Alagoas
continuam visando crescimento, reconhecimento e funcionalidade. Além de buscar
investimentos e melhorias mediante os destaques e aprendizado que os fazem se
sobressair no estado, no país e agora no mundo.